quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Marabá se mobiliza para debater o relatório de impacto ambiental da Alpa

Marabá - A audiência pública que vai debater o relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA) do projeto da Siderúrgica Aços e Laminados do Pará (Alpa) está mobilizando a cidade de Marabá, na região do Carajás. O encontro está agendado para esta quinta-feira (7), no auditório da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), a partir das 14 horas.

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Anibal Picanço, irá coordenar os debates. O projeto Alpa será viabilizado pela empresa Vale S.A com orçamento previsto em US$ 2,7 bilhões e uma expectativa de gerar 16 mil empregos. A inovação do projeto é pela verticalização mineral, abandonando a linha extrativista na exploração de minério de ferro, que marcou a região desde a implantação do polo Carajás. O clima de otimismo dos setores comercial e industrial indica a região como o novo ponto da indústria metal-mecânico do Brasil, com agregação de valores e melhoria da qualidade de vida da população.

O projeto Alpa também deve aumentar em, pelo menos, 10% o valor da receita orçamentária do município de Marabá, calculada em R$ 4 bilhões até o ano de 2007, assim como a renda per capita dos moradores, atualmente em torno de R$ 15 mil. Os cálculos são do presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá, Gilberto Leite, que vai participar da audiência pública como forma de prestigiar o Governo do Estado. "Temos que parabenizar o governo pela iniciativa", avalia, acrescentando ainda que o projeto Alpa é um marco histórico para a cidade de Marabá, tanto pelo aspecto social, quanto econômico.

Atualmente, o município de Marabá possui dez empresas na área de ferro guza e uma no setor de siderurgia. Com a implantação do projeto Alpa, o Governo do Estado amplia o setor e ainda consolida a chamada verticalização da cadeia mineral no Estado. Por meio deste processo, o minério de ferro explorado na região será manufaturado no próprio município, agregando mais valor aos produtos originários na cadeia mineral.

O projeto da siderúrgica da Alpa é o único que tem o perfil da verticalização, além de ser baseado numa cidade do interior do Estado, conforme orientação da governadora Ana Júlia Carepa e do secretário Maurilio Monteiro, da pasta de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará.

Otimismo - O projeto da Siderúrgica Aços e Laminados do Pará (Alpa) já tem agregado o projeto Aline, de produção de bobinas para indústria metal-mecânica. Segundo o presidente da Sinobras, Ian Corrêa, isso significa um marco sem precedente na história do setor em Marabá. "Estamos muito otimistas com a implantação deste projeto porque sabemos que o mesmo vai gerar emprego, renda e mais oportunidades para a sociedade de Marabá", comentou o empresário, que tem participado ativamente das reuniões sobre o projeto em Belém e em Marabá. "Nosso apoio também é direcionado à governadora Ana Júlia Carepa, que tem liderado esse novo modelo de discutir projetos com impactos sociais e econômicos grandiosos, como é o caso do projeto Alpa e do projeto Aline", completa.

O efeito positivo no projeto da Alpa também é destacado pelos empresários do comércio, da construção civil e de produtos derivados de petróleo. Para todos esses segmentos, a previsão de crescimento gira em torno de 10% em toda a cadeia produtiva. Só a área dos combustíveis deve movimentar R$ 300 milhões logo nos primeiros passos da implantação do projeto, gerando cerca de quinhentos empregos diretos espalhados em rede de postos de combustíveis, transporte e setores administrativo-financeiro.

O diretor do Sindicato dos Derivados de Petróleo do Sul e Sudeste do Pará, Antônio Cesar Olivi, disse que o município de Marabá está sentindo-se honrado pela atitude da governadora Ana Júlia Carepa em proporcionar a criação do projeto Alpa. "A nossa expectativa é para um crescimento único em todo o país. Então, nós só temos que agradecer e prestigiar a nossa governadora por ela ter alcançado um nível tão alto para nossa região", elogiou.

O setor de material de construção civil de Marabá também vê com bons olhos a instalação do projeto da Alpa. Segundo Mauro Souza, presidente da Associação de Comerciantes de Material de Construção Civil de Marabá, o projeto da Alpa será uma oportunidade única para o desenvolvimento da região. "Acabou a história de ver o trem passar levando o minério de ferro; agora vai existir a verticalização mineral. Isso é um sonho para todos nós que moramos e trabalhamos aqui em Marabá", disse.

O presidente do Sebrae-Pará, Italo Ipojucam, destaca o projeto da Alpa como sendo, de fato, o novo modelo econômico buscado pelo setor empresarial ao longo de 20 anos. Para ele, a decisão de implantar o projeto em Marabá "foi absolutamente política. A governadora poderia ter escolhido outra área, mas optou por Marabá para iniciar este novo modelo da base da economia paraense. A verticalização da cadeia produtiva de minério de ferro será implantada com o projeto da Alpa, e é isso que os nossos empresários representantes do poder público têm que entender", frisou.

Protocolo - O projeto Alpa também tem sido alvo de debates na Câmara Municipal de Marabá. A Casa realizou três reuniões com vários representantes de classe e associação de moradores, e micro e pequenos empresários. A ideia era formalizar um documento para ser apresentado durante a audiência pública desta quinta-feira (7). Segundo a vereadora Toninha (PT), relatora da Comissão de Justiça da Câmara, a comunidade de Marabá quer garantir mais direitos sociais dentro do chamado Protocolo de Intenções da Vale S.A.

As reuniões receberam apoio da vereadora Júlia Rosa, presidente da Casa, e encerraram na manhã desta quarta-feira (6), com o documento formatado para ser entregue à Vale. "Nós queremos garantias sociais. A Vale precisa formalizar este compromisso como uma espécie de contrapartida social dentro projeto da Alpa que, para nós, é importante, mas que precisa também contemplar as pessoas menos favorecidas socialmente", disse a vereadora Toninha. (Secom)

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