quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Exportação da pecuária paraense cresce 552% nos últimos três anos

Em 2009, só o boi vivo gerou uma receita de 423 milhões de dólares, contra 359 milhões de dólares no ano anterior

Por meio da diversificação de seus produtos, o setor pecuário do Pará aumentou sua participação na balança de exportações em 2009. A pecuária movimenta hoje a maior parte do agronegócio paraense, com um total de 14 produtos na pauta de exportação. Só o boi vivo gerou uma receita de US$ 423 milhões em 2009, contra US$ 359 milhões no ano anterior.

Mesmo com o boi vivo em primeiro lugar, o produto que mais cresceu em 2009 foi a carne desossada resfriada, com 240% em relação ao ano anterior, seguida da carne desossada congelada, com 112%, enquanto o boi em pé cresceu apenas 14% no mesmo período.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (Secex/Midic) informam que os 14 produtos exportados pelo setor pecuário do Pará geraram, em 2009, uma receita de US$ 511 milhões, US$ 106 milhões a mais que o ano passado. Em 2006, a receita foi de US$ 92,5 milhões, com uma pauta de apenas oito produtos, o que representa um crescimento de 552% nos últimos 3 anos. Significa que a contribuição da pecuária paraense passou de 1,3% em 2006 para 6,1% em 2009, o que destaca a importância deste segmento na pauta de exportações do estado.

Isso se deve à maior organização dos produtores e a adoção de uma linha que segue os padrões internacionais de uma economia baseada na sustentabilidade ambiental, o que revela o bom momento pelo qual passa, hoje, a pecuária paraense. "O crescimento se intensificou a partir de 2007 e se consolidou no ano passado, com a ampliação do leque de exportação", informa o secretário estadual de Agricultura, Cássio Alves Pereira. Entre os novos produtos exportados estão o boi em pé para fins de genética, ou seja, são usados para melhoria do rebanho da Venezuela por meio de cruzamento, além das tripas, língua, rabo e outras miudezas comestíveis.

Esse resultado também se deve à área livre de febre aftosa, que compreende todo o sul e sudeste do Estado, onde estão os principais frigoríficos exportadores. Além, é claro, da alta qualidade dos rebanhos bovino e bubalino paraenses. Para reforçar esse crescimento, a Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri) vem implantando a Guia de Transporte Animal, a GTA eletrônica, que garante a procedência do boi de áreas já desmatadas e incentiva o registro das propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Todos esses fatores habilitam o Pará a um maior acesso ao mercado exterior e, para isso, o Governo do Estado, por meio da Sagri, incentiva a organização dos pequenos pecuaristas, que são a maioria no processo produtivo. A exportação de gado vivo é uma tendência da pecuária que vem se consolidando em todo o país e o Pará lidera com 95% das exportações.

O Pará tem o 5º maior rebanho bovino e bubalino do país, com quase 19 milhões de cabeças. Cerca de 115 mil produtores rurais se dedicam à atividade no Pará, com destaque para os pequenos e médios que criam até 200 cabeças. Eles representam 85% das propriedades que desenvolvem a pecuária no Estado.

O Pará pretende diversificar ainda mais essa produção, por meio do incentivo ao desenvolvimento da cadeia produtiva. "A carne beneficiada, com aproveitamento do couro, língua, tripas e outras miúdos do boi, que já tem mercado garantido no exterior, aumenta a geração de emprego e renda no setor", garante o secretário Cássio Pereira. Os produtores e a indústria, com apoio do governo, buscam novos mercados para a produção pecuária do Pará. (Sagri/Secom)

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