quinta-feira, 22 de abril de 2010

Usina de Belo Monte pode gerar 42 mil empregos

A construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, cujo leilão foi realizado anteontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), vai gerar perto de 42 mil empregos, segundo estimativas da Eletrobrás. A estatal calcula que o empreendimento, orçado em R$ 19 bilhões, vai propiciar a criação de 18.700 postos diretos de trabalho e outros 23 mil indiretos.

Segundo cálculos da Eletrobrás, a operação da usina de Belo Monte proporcionará por ano uma arrecadação de cerca de R$ 170 milhões a título de compensação financeira pela utilização de recursos hídricos, os chamados royalties

sobre a produção de energia elétrica. Trata-se de um valor muito parecido ao que é pago anualmente pela hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins. Segundo a Eletrobrás, os royalties de Belo Monte serão distribuídos entre o Estado do Pará e o município onde se localizará a usina (Brasil Novo), entre outros, na forma regulamentada pela Aneel.

O projeto de construção da hidrelétrica prevê também, nos estudos ambientais e na licença prévia, um variado conjunto de ações na área social e de caráter urbanístico. Entre essas ações, a Telebrás destaca investimentos em saneamento básico – incluindo coleta e tratamento de esgoto, tratamento e abastecimento de água e construção de aterro sanitário –, desenvolvimento de projeto de drenagem urbana e recuperação urbanística e ambiental da orla do Xingu e dos igarapés.

Nos estudos está contemplado também o reassentamento da população residente às margens dos igarapés. Ao todo são 4.232 famílias cadastradas, o que corresponde a mais de 16 mil pessoas. Essas famílias hoje vivem precariamente em palafitas construídas nos barrancos ou sobre as águas poluídas dos igarapés Altamira, Ambé e Panelas, em condições de extrema insegurança e insalubridade.

Ao contrário do que tem sido propalado pelas organizações que se opõem à execução da obra, Belo Monte não exigirá o deslocamento de índios que vivem na região do Xingu no Pará, de acordo com informação prestada ontem pela direção da Eletrobrás. “O empreendimento não afeta diretamente nenhuma

comunidade indígena”, informou a empresa, através de sua assessoria.

Acrescentou que, próximo ao ponto onde será construída a hidrelétrica, estão localizadas as terras indígenas Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu (no rio Xingu) e a aldeia indígena juruna do Km 17 (junto à PA-415). A população total dessas três comunidades, segundo a Eletrobrás, é hoje de 226 habitantes. A empresa ressaltou que foram realizados estudos etnoecológicos, de acordo com procedimentos estabelecidos pela Funai, para que se pudesse conhecer mais detalhadamente essas comunidades e para as quais foram propostos programas específicos.

O projeto elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia, prevê a montagem de duas casas de força em Belo Monte, sendo uma principal, com 18 turbinas tipo Francis com 611,11 MW cada, e a complementar, com seis turbinas tipo Bulbo de 39,9 MW, totalizando 11.233,4 MW de capacidade para Belo Monte. O projeto da EPE está disponível para consulta na página da Aneel na internet. (Diário do Pará)

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