sexta-feira, 16 de abril de 2010

BNDES vai financiar até 80% do projeto de Belo Monte

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou nesta sexta-feira que financiará até 80% do investimento total para a construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu, em Altamira.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) reabriu os prazos para depósito de garantia dos interessados em participar do leilão de hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA). No final da manhã, o leilão havia sido suspenso pela agência reguladora em razão de liminar concedida pela Justiça a favor do Ministério Público, que é contra a construção da usina.

O leilão está marcado para o dia 20 e o prazo para que os consórcios interessados depositem as garantias termina hoje. As empresas interessadas precisam depositar R$ 190 milhões, o equivalente a 1% do investimento total do projeto, orçado em R$ 19 bilhões.

A divulgação das condições de financiamento é essencial para que os consórcios definam as propostas de venda de energia no leilão. O prazo total de financiamento será de 30 anos.

As condições de financiamento para Belo Monte são mais favoráveis para o empreendedor do que as aplicadas nas usinas do rio Madeira. O BNDES destaca que a usina é o terceiro maior projeto do setor elétrico no mundo.

"A energia assegurada da usina será capaz de abastecer uma região de 26 milhões de habitantes, com perfil de consumo elevado. Mais do que o consumo residencial da região metropolitana de São Paulo", afirma em nota.

O banco financiará o empreendimento por meio de empréstimo direto e indireto (via outros agentes financeiros). Na modalidade direta, o BNDES poderá emprestar até 25% do seu patrimônio de referência, que em fevereiro era estimado em R$ 54,1 bilhões.

Neste caso, o custo do empréstimo será de TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, atualmente em 6% ao ano) mais 0,5% de juros como remuneração básica para o banco e mais uma taxa de risco de crédito, que pode ficar entre 0,46% e 2,54%, de acordo com a classificação do projeto.

O capital próprio dos acionistas deverá ser de pelo menos 20% do investimento total do projeto. O banco financiará também a compra de máquinas e equipamentos para a construção da usina por meio da linha PSI (Programa de Sustentação do Investimento), que já conta com uma carteira de mais de R$ 50 bilhões. (Brasília em Tempo Real)

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