terça-feira, 20 de abril de 2010
Magia e sonho compuseram cerimônia da formatura do Cepeja
Cepeja - Vereadores, professores e gestores de educação se emocionaram, por ocasião da entrega de diplomas aos alunos que foram certificados no ensino médio.
Eles chegaram aos poucos, tímidos e calados. Alguns traziam os filhos, esposo ou esposa, enquanto outros traziam amigos, pais ou irmãos. A princípio, o ambiente estava escuro, pois a energia não quis dar o ar de graça, mas nada que corações sonhadores e persistentes não pudessem resolver. Compraram velas, distribuíram pelas mesas e passarelas, e à luz de velas deram início à cerimônia de abertura da formatura da IV turma do Centro de Ensino Personalizado de 5ª a 8ª série para Educação de Jovens e Adultos (Cepeja), no último sábado (19), no ginásio da escola Chico Mendes.
“Qual a dimensão do universo de cada ser humano? Que ser complexo é esse que consegue aprender ao ensinar e ensinar ao aprender? No processo de educação, todos aprendem, e no Cepeja não poderia ser diferente, pois a cada dia vivemos e aprendemos uma experiência nova com os alunos que frequentam esse espaço”, enfatizou Rui Santos Amorim, diretor do Cepeja, na abertura da cerimônia.
Criado em 10 de agosto de 2006, o Cepeja adota uma filosofia pautada no compromisso político de atender às necessidades da população, tendo como público-alvo funcionários públicos municipais e estaduais, trabalhadores que trocam turno e outros segmentos sociais. O Centro faz uso de uma metodologia diferenciada: a instrução personalizada.
De acordo com Delma Alves, coordenadora do Departamento de Educação de Jovens (Deja) da Secretaria Municipal de Educação (Semed), o trabalho do Centro tem sido espetacular, uma vez que possui profissionais realmente comprometidos com o projeto de ensino diferenciado.
“O que vemos aqui é uma ação grandiosa, pois temos dezenas de pessoas mais preparadas para a vida. Pessoas que estão sendo incluídas socialmente de forma digna e justa”, diz ela.
Ao todo, 115 pessoas se formaram na quarta turma. Este número vem crescendo a cada ano, motivo esse de orgulho e alegria para os professores e gestores do programa. “O diferencial desta turma é a atitude de voltar a estudar, de procurar os programas de alfabetização, pois pessoas diferentes buscam e correm atrás do que desejam”, ressaltou o vereador José Adelson, presidente da Câmara Municipal.
“Temos aqui guerreiros que enfrentam as dificuldades do dia-a-dia para buscar o saber. Seres humanos que assim como eu acreditam que é possível resgatar o saber, independente da idade”, lembrou Tereza Cristina, coordenadora Pedagógica da Semed.
Filosofia do Centro de Ensino
O Cepeja dá oportunidade de estudos a pessoas que não podem frequentar as aulas convencionais. Com metodologia de ensino diferenciada, ajuda jovens e adultos a recuperar o tempo perdido fora da sala de aula, resgatando a educação às pessoas que na infância viviam em condições adversas e não puderam frequentar a escola.
De acordo com o vereador José Alves, a educação é o elemento que garante o desenvolvimento pessoal e social das pessoas. “Me identifico muito com as pessoas que estão aqui, pois são batalhadoras e persistentes”. Para o vereador, a educação é o elemento que garante o desenvolvimento pessoal e social das pessoas.
Sonho
O sonho e a certeza de sua realização são a força e a magia que tudo pode, tudo cria e tudo permite àquele que acredita. Sonho esse vivido pelo senhor Cícero da Silva Lopes, que quando criança tinha um objetivo: estudar e se formar, mas os desejos às vezes são postos à prova. E o senhor Cícero, por morar na zona rural em um período em que a educação era para poucos, teve que esperar por mais de 50 anos para atingir seu objetivo.
Cícero Lopes começou timidamente no programa Alfabetizar Letrando, juntando as primeiras letras. Formou-se pelo Eja de 1ª a 4ª série, concluiu o ensino fundamental pelo Cepeja aos 64 anos e diz que não vai parar por aí, pois será em breve um universitário. E quem dúvida desse homem? Quem irá persuadi-lo a parar? Ninguém, porque o desejo e o sonho só morrem nos corações dos que não acreditam. (Texto e foto: Rosiere Morais)
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