quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Supercaminhões chegam ao Porto de Itaqui em São Luís

Os caminhões têm capacidade para transportar 400 toneladas e foram levados para Carajás.

SÃO LUÍS - Este mês, entram em fase de testes dois dos maiores caminhões fora de estrada do mundo, com capacidade de transporte de 400 toneladas. Os gigantes têm quase um prédio de três andares de altura (oito metros), uns quatro fuscas (15 metros) de comprimento e o equivalente a largura de 16 banheiras vitorianas (10 metros). Com a caçamba levantada, a altura do monstro chega a de um prédio de cinco andares (15 metros).

Até então, o maior caminhão fora de estrada em operação na Vale era o de 240 toneladas, capacidade suficiente para transportar 19 girafas africanas adultas. O novo caminhão tem quase a mesma capacidade de transporte de um boeing 747, o Jumbo, que leva até 580 passageiros.

De origem alemã, os dois novos caminhões chegaram desmontados ao Porto de Itaqui, em São Luís. O restante do trajeto até Parauapebas foi feito por rodovia e ferrovia e levou, ao todo, 15 dias para chegar ao destino.

Em Carajás, os equipamentos estão na etapa final de montagem, sendo que um dos caminhões já opera em fase de testes. "Já temos 12 empregados treinados e prontos para operar os novos caminhões", explica Antônio Carlos Maria, gerente de área das minas de Carajás, que quase não é percebido diante das rodas de três metros de altura do veículo.

Comparado aos outros caminhões que já circulam na mina - um total de 104 em operação - a altura do novo equipamento tem um Oscar Schmidt, o cestinha de ouro do basquete brasileiro, de diferença: são cerca de dois metros a mais. Mas quando o assunto é mineração, a regra do jogo é o transporte do minério com eficiência e segurança. E nesse quesito o gigante promete ser campeão. "Com equipamentos maiores, conseguimos aumentar a produção.

No caso deste caminhão de 400 toneladas, uma viagem dele corresponde a 16 viagens caso fossem feitas por caminhões convencionais ou duas viagens do maior fora-de-estrada até então", reforça Antônio Carlos.

Outra novidade nos caminhões fora de estrada é o uso de faróis de neon, que melhoram a visibilidade noturna e em dias nublados, trazendo ganhos de até 15% na produção. A segurança e a excelência operacional também são controladas por profissionais do Centro de Inteligência Operacional, uma sala que controla, a partir de alta tecnologia, todos os caminhões que trafegam nas minas. Mais um reforço à segurança são os treinamentos periódicos que os operadores dos caminhões são submetidos com o uso de simuladores especiais.

Diante do gigantismo da máquina é preciso estar à altura para conduzi-la e não é em tamanho, mas em capacitação. Ao todo são cerca de 500 horas de treinamento, entre teoria e prática, o equivalente a quase três meses de aulas. O operador só estará apto para exercer seu papel após estar bem treinado.

O paraense Maciel Farias, na Vale há cinco anos, está entre os 12 selecionados para conduzir os caminhões com capacidade de transporte de 400 toneladas. "A responsabilidade é tão grande quanto o caminhão. Já fui mecânico e motorista de carro pequeno, mas nunca imaginei que um dia estaria conduzindo uma máquina de oito metros de altura", diz animado.

Perfil profissional - O candidato a uma vaga de operador de caminhão fora de estrada precisa preencher alguns pré-requisitos, como ter nível médio completo, carteira de habilitação na categoria 'D' e possuir uma carteira especial para circular em áreas de mina, que só será expedida após passar por uma maratona de treinamentos teóricos e práticos.

Os futuros condutores aprendem sobre os procedimentos de segurança, a estrutura de áreas de mina, têm noções de primeiros socorros, direção defensiva, entre outros.

Ao ser habilitado para conduzir os caminhões fora de estrada, o operador ainda recebe mais uma missão: ser padrinho dos gigantes. "Cada caminhão tem quatro padrinhos e são eles os responsáveis pela boa conservação e desempenho do equipamento.

Essa foi uma forma que encontramos de desenvolver neles a cultura de preservação do patrimônio garantindo, assim, um maior envolvimento com a atividade e com a segurança de todos", explica Adirson Ferreira, coordenador do Centro de Treinamento Avançado da Vale. (As informações são da Vale).

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