terça-feira, 13 de outubro de 2009

Governadora diz que investe para manter a integridade territorial do Pará

No centro do Roda Viva, a governadora Ana Júlia disse que teve que reconstruir o Pará, após 12 anos sem invetimentos em políticas públicas

A governadora Ana Júlia Carepa (PT) falou ontem à noite, no programa Roda Viva da TV Cultura. Impeachment, kits escolares, nepotismo, Eldorado de Carajás, Abaetetuba, foram alguns dos temas abordados durante a entrevista. Ana Júlia respondeu a todas as perguntas de forma precisa e destacou os investimentos que vêm sendo feitos em seu governo, como a promissora siderúrgica de Marabá.

Sob o comando do jornalista Heródoto Barbeiro, participaram como debatedores a repórter especial da Folha de São Paulo Catia Seabra; o diretor de mídia da América Latina do Portal Terra, Antônio Prada; o jornalista Palmério Dória e o editor assistente de Brasil da Revista Época, Ricardo Mendonça.

Ana Júlia atribuiu as reivindicações separatistas aos anos de ausência de políticas públicas para o interior do Estado, mas frisou que seu governo tem investido na descentralização administrativa e em todas as regiões do Estado . "Fui eleita pelos 143 municípios e gostaria de continuar governando os 143 municípios". Durante a exibição do programa foi feita uma enquete sobre a proposta de divisão territorial do Pará, que apontou 52,5% dos participantes contra.

Sobre os kits escolares, a governadora disse que eles resolveram o problema de muitas famílias que não podiam comprar uniforme para todos os filhos e garantiu que o programa vai continuar e que o governo fará licitação específica para o programa.

Mesmo com o corte de R$ 3 bilhões que a mineradora Vale fez em investimentos, Ana Júlia garantiu, por meio de termo de cooperação, que a empresa construa a siderúrgica de Marabá, no sudeste do Estado. Ana Júlia disse que a crise que afetou não só o Pará, mas todos os Estados brasileiros, é uma crise externa. "E o Pará como exportador de matéria-prima, especialmente minérios, é claro que também sofreu essa crise".

Questionada sobre nepotismo, a governadora afirmou que recebeu do Ministério Público Estadual um documento parabenizando o governo como parceiro no combate ao nepotismo. "Guardo com muito orgulho esse documento e posso enviá-lo a vocês", disse a governadora aos jornalistas.

Ana Júlia classificou como "lamentável" o fato de uma adolescente ter sido presa em uma cela com mais de 20 homens em Abaetetuba e atribuiu o fato aos anos sem investimento em segurança pública. Ela disse que já reformou mais de 50 delegacias e equipou os órgãos de segurança pública. Foram mais de 600 viaturas e concursos para suprir a defasagem de pessoal. "Mais de 90% das delegacias estavam em péssimo estado, quase todas sem condições de receber mulheres e até adolescentes que, em municípios onde não há órgão especializado, têm que ficar na delegacia até serem transferidos".

Sobre a morte de bebês na Santa Casa, a governadora informou que o seu governo já inaugurou uma UTI Neonatal com o dobro da capacidade anterior, uma UTI adulta e um centro obstétrico onde mulheres podem fazer exames de alta complexidade. Um novo hospital está sendo construído, com mais 180 leitos.

Ana Júlia falou sobre o estremecimento com o PMDB como algo que faz parte da vida política. "O PMDB é um grande partido que faz parte da base governista e temos interesse em mantê-lo como nosso aliado... O governo do Pará é um governo de coalizão, não é possível governar de outra forma".

A questão da regularização fundiária também entrou em foco. Apontado como o estado que mais desmata, Ana Júlia ressaltou que o Pará é também o que mais implementa políticas de combate ao desflorestamento. Como exemplo a governadora citou o programa 1 Bilhão de Árvores para a Amazônia, que é um programa de recomposição florestal, ou seja, os proprietários de terra terão que plantar espécies da floresta nativa para recompor a reserva legal que já foi desmatada.

A governadora citou o massacre de Eldorados dos Carajás, episódio ocorrido durante o governo tucano, para frisar que os conflitos agrários são resolvidos com regularização fundiária e políticas de desenvolvimento para a agricultura familiar. "Já distribuímos quase 200 patrulhas mecanizadas e em Tailândia, por exemplo, fizemos a mecanização de uma fábrica de beneficiamento de castanha. Centenas de pessoas já foram beneficiadas por programas como este em todo o estado", afirmou.

A implantação dos Parques Tecnológicos também foi citada. A governadora informou que no Parque Tecnológico do Guamá, construído em Belém, haverá um laboratório para garantir a eficiência do alumínio e outro para melhorar a qualidade do leite.

Ana Júlia destacou a importância do desmatamento zero na pecuária e em como a pecuária pode ser intensiva ao invés da extensiva. E falou de outras possibilidades. "Os pecuaristas podem até mudar para outras atividades. O Pará já é o segundo produtor de pescado do Brasil", disse a governadora. (Secom)

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