quarta-feira, 2 de junho de 2010

Vale faz ofensiva para mudar imagem na China

Desgastada após embates com siderúrgicas do país, mineradora ‘ganhou’ um dia na Exposição Mundial de Xangai para programação própria

XANGAI - O presidente da Vale, Roger Agnelli, coordenou na terça-feira, 1º, uma ofensiva de relações públicas da empresa na China, onde a imagem da empresa está desgastada em razão da queda de braço com as siderúrgicas locais para a definição do preço do minério de ferro neste ano.

A entidade que representa as fabricantes de aço chinesas e os jornais oficiais controlados por Pequim acusam a Vale e as australianas BHP e Rio Tinto de usarem sua posição dominante no mercado para impor reajustes excessivos aos compradores.

Única patrocinadora do pavilhão do Brasil na Exposição Mundial em Xangai, a Vale teve o dia para realizar uma programação própria no local. Na apresentação que fez aos jornalistas, quase todos chineses, Agnelli foi pródigo em elogios ao país. "Na China tudo é previsível, o ambiente de negócios é ótimo e a economia de mercado funciona muito bem", declarou. "O futuro da China é o futuro do mundo."

Investimento
Mas ele também apresentou a Vale como responsável por parte do espetacular crescimento do país. Agnelli disse que a companhia investiu US$ 25 bilhões no aumento da produção e na construção da logística para atender a demanda da China, que depende do minério de ferro para fabricação de aço.

"A Vale foi a companhia que realmente sustentou o crescimento da produção de aço na China. Se nós não tivéssemos investido, a China não estaria produzindo 670 milhões de toneladas de aço agora", afirmou.

O presidente da mineradora minimizou o impacto da ofensiva de estatais chinesas para comprar minas no exterior – incluindo o Brasil – em uma tentativa de reduzir a dependência do país asiático das três grandes mineradoras, Vale, BHP e Rio Tinto.

"O mercado está aberto para todo mundo e é bom que eles vejam quão custoso é abrir uma nova mina e quão difícil é resolver todas as questões de logística de um novo projeto", observou.

O executivo afirmou não ter recebido nenhuma informação sobre a investigação que a China anunciou que abriria contra as três grandes mineradoras sob a acusação de formação de cartel. O assunto foi divulgado logo depois da mudança na sistemática de reajuste de preços do minério, e depois desapareceu da imprensa oficial chinesa. "Se querem investigar, investiguem, não há nada para esconder." (Estado S. Paulo)

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