Desgastada após embates com siderúrgicas do país, mineradora ‘ganhou’ um dia na Exposição Mundial de Xangai para programação própria
XANGAI - O presidente da Vale, Roger Agnelli, coordenou na terça-feira, 1º, uma ofensiva de relações públicas da empresa na China, onde a imagem da empresa está desgastada em razão da queda de braço com as siderúrgicas locais para a definição do preço do minério de ferro neste ano.
A entidade que representa as fabricantes de aço chinesas e os jornais oficiais controlados por Pequim acusam a Vale e as australianas BHP e Rio Tinto de usarem sua posição dominante no mercado para impor reajustes excessivos aos compradores.
Única patrocinadora do pavilhão do Brasil na Exposição Mundial em Xangai, a Vale teve o dia para realizar uma programação própria no local. Na apresentação que fez aos jornalistas, quase todos chineses, Agnelli foi pródigo em elogios ao país. "Na China tudo é previsível, o ambiente de negócios é ótimo e a economia de mercado funciona muito bem", declarou. "O futuro da China é o futuro do mundo."
Investimento
Mas ele também apresentou a Vale como responsável por parte do espetacular crescimento do país. Agnelli disse que a companhia investiu US$ 25 bilhões no aumento da produção e na construção da logística para atender a demanda da China, que depende do minério de ferro para fabricação de aço.
"A Vale foi a companhia que realmente sustentou o crescimento da produção de aço na China. Se nós não tivéssemos investido, a China não estaria produzindo 670 milhões de toneladas de aço agora", afirmou.
O presidente da mineradora minimizou o impacto da ofensiva de estatais chinesas para comprar minas no exterior – incluindo o Brasil – em uma tentativa de reduzir a dependência do país asiático das três grandes mineradoras, Vale, BHP e Rio Tinto.
"O mercado está aberto para todo mundo e é bom que eles vejam quão custoso é abrir uma nova mina e quão difícil é resolver todas as questões de logística de um novo projeto", observou.
O executivo afirmou não ter recebido nenhuma informação sobre a investigação que a China anunciou que abriria contra as três grandes mineradoras sob a acusação de formação de cartel. O assunto foi divulgado logo depois da mudança na sistemática de reajuste de preços do minério, e depois desapareceu da imprensa oficial chinesa. "Se querem investigar, investiguem, não há nada para esconder." (Estado S. Paulo)
quarta-feira, 2 de junho de 2010
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