O presidente do Consórcio Belo Monte, Francisco de Assis entregou carta ao presidente Lula manifestando apoio à construção da hidrelétrica
O presidente Lula e a governadora Ana Júlia Carepa serão as principais lideranças do ato público em favor do desenvolvimento sustentável na região do Xingu, na próxima terça-feira, 22, às 10 horas, no Estádio Bandeirão, em Altamira, município-pólo da região, com a participação de cerca de 20 mil pessoas. Ministros, secretários de Estado, prefeitos, lideranças comunitárias, entidades de classe e a população terão a oportunidade de ouvir e se manifestar sobre o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS) do Xingu, a Usina Hidrelétrica (UHE) Belo Monte, o asfaltamento da Transamazônica (BR-230) e da Santarém-Cuiabá (BR-163), o Programa Luz para Todos e questões que envolvem a regularização fundiária e ambiental.
O Consórcio Belo Monte, que congrega os 10 municípios da região do Xingu e o município de Gurupá (região do Marajó), é o responsável pela manifestação. "A sociedade local quer agradecer ao presidente da República pela determinação de resgatar obras que estavam há mais de 30 anos paradas, como o asfaltamento da Transamazônica, e também a importância da implantação da hidrelétrica", assegura Francisco de Assis dos Santos Souza, prefeito de Anapu e presidente do Consórcio, conhecido como Chiquinho.
Na opinião do presidente do Consórcio Belo Monte, a concretização do projeto também só está acontecendo pela iniciativa do Governo do Estado, já que a governadora se manifestou favorável, desde que sejam respeitados todos os pontos previstos pelo PDRS do Xingu. O momento, segundo Chiquinho, também será de agradecimento ao governo estadual pelos investimentos feitos na região, como os incentivos à agricultura familiar e à infraestrutura, como o kit "Faz Estrada", por meio do qual patrulhas mecanizadas estão sendo entregues em todo o Estado para promover melhorias nas estradas e vicinais.
"O ato é positivo e mostrará que o que a mídia tem mostrado é o contrário da realidade, o que faz parecer que aqui somos todos contra. Este projeto levará de fato ao desenvolvimento sustentável a região, o Pará e o País", explica o presidente do Consórcio, lembrando que também participarão do ato representantes de municípios vizinhos, como Jacareacanga, Novo Progresso e Rurópolis.
"A maioria é a favor, eu diria mais de 75% da população", observa Manoelito Freitas Rodrigues, que trabalha no ramo do comércio varejista e faz parte da Associação Comercial, Industrial e Agropastoril de Altamira (Aciapa), do Clube dos Diretores Lojistas (CDL) e do Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da Transamazônica e Xingu (Fort Xingu) - que congrega mais de 170 entidades da sociedade civil da região e tem debatido formas de desenvolvimento regional sustentável a partir da instalação da UHE Belo Monte.
Na opinião do presidente do Conselho de Bairros e Entidades do Município de Altamira (Conbemat), Dilermano Luiz Zortéa, a presença do presidente Lula no ato, com a "credibilidade e aceitação que ele tem", servirá para esclarecer melhor a população sobre todas estas questões. "Há uma parcela da população que ainda não entendeu bem como se dará essa compensação e que acaba se deixando levar por alguns movimentos, como os religiosos, contrários ao desenvolvimento sustentável da região", analisa Zortéa. Ele conta que realiza este trabalho comunitário há mais de 20 anos e há oito está à frente do Conbemat, desde a fundação do conselho, que reúne representantes dos 20 bairros de Altamira.
Segundo a empresária Edina Regina Campiori Loraschi, que faz parte da Aciapa e do Sindicato do Comércio da Transamazônica, os investimentos mostram uma "luz no fim do túnel". "Somos geradores de emprego e renda, mas em torno disso há toda uma cadeia que envolve infraestrutura e que, com o caos da Transamazônica, por exemplo, acaba encarecendo o produto final. Com isso, o consumidor é quem sofre com o aumento do valor da mercadoria", diz ela, exemplificando que o frete de São Paulo para Belém acaba saindo mais barato que o de Belém para Altamira, sendo que na época do inverno as empresas encarecem o valor do frete ou mesmo se negam a fazer o serviço.
Dentro do projeto de implantação da hidrelétrica, explica Chiquinho, existe o plano de mitigação dos possíveis danos ambientais e sociais gerados pelo empreendimento. O projeto favorece os moradores dos 11 municípios que compõem o Consórcio Belo Monte. Altamira, Vitória do Xingu, Brasil Novo, Anapu e Senador José Porfírio são os municípios atingidos diretamente, e Pacajá, Medicilândia, Uruará, Placas, Gurupá e Porto de Moz os atingidos indiretamente pela construção da hidrelétrica. Os investimentos totais do projeto de compensação da UHE Belo Monte são de R$ 3,3 bilhões.
As propostas contidas no PDRS do Xingu contemplam investimentos em diversas áreas e são resultado das lutas de vários segmentos da sociedade. A concretização do Plano foi possível a partir do empenho do presidente do Consórcio, em parceria com o Governo do Estado, em torno de objetivos comuns, que primam pelo desenvolvimento sustentável da região: a inclusão no edital de licitação da construção da UHE Belo Monte e a obrigatoriedade, por parte do consórcio vencedor, em investir R$ 500 milhões exclusivamente no Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu.
(Luciane Fiuza - Secom)
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