terça-feira, 22 de junho de 2010

Presidente Lula e governadora participam da instalação da Alpa em Marabá

Marabá - O presidente Luis Inácio Lula da Silva e a governadora Ana Júlia Carepa serão os anfitriões da cerimônia de instalação da siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa), nesta terça-feira (22), a partir das 14 horas, na rodovia BR-230 (Transamazônica), em Marabá, região de Carajás. O evento também vai contar com a presença dos ministros Márcio Zimmermann (Minas e Energia); Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e Farnklin Martins (Comunicação Social), além do presidente da Vale S.A, Roger Agnalli. Caravanas políticas e de movimentos sociais de municípios próximos a Marabá também devem participar da festa.

A siderúrgica Aços Laminados do Pará vai dar início ao processo de verticalização do minério de ferro de Carajás, a partir da produção inicial de 700 mil toneladas de aço para o mercado interno brasileiro. O investimento da Alpa soma R$ 5,2 bilhões em obras e prestação de serviços. O diretor-presidente do empreendimento, José Carlos Gomes, garantiu que, até o final deste ano, os serviços de terraplanagem e drenagem da área física da siderúrgica já devem estar concluídos, gerando 18 mil empregos diretos na região de Carajás.

Antecipando a visita do presidente Lula e da governadora Ana Júlia, o secretário de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro, conversou com a imprensa de Marabá, juntamente com o diretor-presidente da Alpa, José Carlos Gomes, e o engenheiro da Eletronorte Hélio Costa, na manhã desta segunda-feira (21). Durante a conversa, o secretário disse que o momento é de alegria pelo resultado prático de uma ação conjunta dos governos estadual e federal, que optaram pela construção da Alpa em Marabá e não no município de Barcarena, que a princípio seria mais viável.

De acordo com o secretário, a união de forças garantiu a construção de uma gigantesca infraestrutura, que passa pela conclusão das obras das eclusas de Tucuruí, da hidrovia Araguaia-Tocantins, desvio na rodovia BR-230 (Transamazônica) na área urbana de Marabá, construção de um porto público, revitalização do distrito industrial, construção de ferrovia, investimentos na formação de mão-de-obra local e ainda a negociação para aumentar a produção educacional e tecnológica na região.

Para o secretário, o destaque maior dos investimentos é a chamada verticalização da cadeia do minério de ferro, que vai mudar o perfil sócio-econômico do Estado do Pará, saindo da prática de exportador de matéria-prima para se projetar no mercado de exportadores brasileiros com produtos manufaturados no próprio solo paraense.

Outro fator importante destacado pelo secretário Maurílio Monteiro foi a política de incentivos fiscais que o Estado do Pará adotou para propiciar mais segurança às empresas interessadas em investir no Estado. A Vale S.A, gigante internacional dos mercados de minério de ferro e aço, se decidiu pelo empreendimento e tornou-se parceria do governo do Estado desde 2007, quando iniciaram as negociações para instalação da siderúrgica.

A licença de instalação, segunda emitida pelo governo do Estado depois da licença ambiental, vai dar início às obras de terraplanagem e de drenagem. A previsão da Vale S.A é que, até 2014, a siderúrgica esteja operando com potencial de produção de 700 mil toneladas de aço para o marcado interno, num convênio já preestabelecido com a empresa Aços Cearense. Segundo José Carlos Gomes, diretor-presidente da Alpa, a movimentação em torno da obra já iniciou em Marabá.

Duas empresas de engenharia, que já atuam com a Vale no município de Paragominas, estão com representantes na cidade. O recrutamento para mão-de-obra do canteiro que será aberto na rodovia Transamazônia será feito por meio Serviço Nacional de Emprego (Sine), conforme prevê o cronograma do projeto de formação dos futuros trabalhadores, que passaram pelos diversos cursos profissionalizantes realizados pelo Senai e Obra Kolping do Brasil.

Nesta fase inicial da obra, as empresas terceirizadas da Vale devem ofertar, pelo menos, 18 mil vagas para atividades como pedreiro, carpinteiro, ferreiro-armador, mecânicos e operadores de máquinas pesados. Na área de prestação de serviços, as empresas terão disponíveis camareiras, cozinheiros, atendentes e técnicos da área administrativa, que participaram dos cursos e treinamentos ofertados pelo projeto da Alpa.

Para as fases seguintes da construção da siderúrgica, o secretário Maurílio Monteiro disse que outras 5.319 mil pessoas deverão ser empregadas em escalas de rendimento escolar, ou seja, 264 vagas para nível superior; 707 para o nível médio, 3.528 para o nível operacional e 820 nas mais diversas áreas de atuação profissional. "Isso é um salto sem precedentes na história do Pará", disse o secretário, que ainda aproveitou a entrevista para convidar a sociedade de Marabá para participar da festa com o presidente Lula. "Teremos um dia alegre e histórico para esta cidade, que vai completar centenário em grande estilo", completou.

Gusa - A siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa) também será o diferencial na vocação mineral de Marabá. A cidade ainda mantém um mercado forte das usinas de ferro-gusa instaladas na área do distrito industrial do município há mais de dez anos. Algumas dessas empresas estariam ameaçadas de fechamento em função da oscilação de preço do mercado internacional.

Sobre o assunto, o secretário Maurílio Monteiro disse que os empresários precisam planejar suas ações de olho na agregação de valor do produto. Como exemplo, ele citou a Sinobrás, que saltou do mercado guseiro para a produção de aço, aproveitando a política de incentivo fiscal ofertada pelo governo em compra de equipamentos e importação de maquinário pesado.

Para os empresários, o secretário disse ainda que existem linhas de crédito por meio de um programa especial do governo federal, no qual são oferecidos recursos com juros de até 4,5% ao ano. "O governo está fazendo sua parte, inclusive revitalizando o distrito industrial, mas é necessário que o mercado das guseiras, por ser da área privada, inove e invista em tecnologia para agregar mais valor ao produto, além de tentar diversificar a produção para não ser atingido pela oscilação de preço do mercado estrangeiro", explicou. (Secom)

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