O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fez uma defesa da descriminalização do uso da maconha durante um show de reggae da banda maranhense Tribo de Jah, na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, no último final de semana. O vídeo, com pouco mais de três minutos, foi parar no YouTube.
Minc, que é fã de reggae e estava passando o feriado prolongado na região, subiu ao placo a convite da banda e fez um pronunciamento dançando e cantando ao ritmo da música para uma plateia estimada por ele em 2.000 pessoas.
Na gravação, ele começa sua fala defendendo a natureza. “Vamos defender a Amazônia. Não vamos deixar queimar a Amazônia. A gente conta com os seringueiros, com os castanheiros, com as nações indígenas e com a consciência da rapaziada”, disse. “Vamos defender o cerrado, a caatinga, a Amazônia, a mata atlântica e o reggae. O reggae é a liberdade”, afirmou o ministro.
Em seguida, Minc defende a descriminalização da maconha sem citar a palavra. “Outro recado. Ontem [sábado 5] a gente venceu, 3 a 1 na Argentina. Só que tem outro placar [em] que a gente está perdendo da Argentina. Os juízes [do país vizinho] descriminalizaram. O usuário não é criminoso. E esse jogo a gente está perdendo aqui. Nós vamos virar esse jogo, acabar com a hipocrisia”. Foi aplaudido pela plateia.
O ministro se referia à nova política sobre o consumo de maconha no país vizinho, que deixou de criminalizar o usuário da droga.
Ao G1, o ministro afirmou que ainda não havia visto as imagens, mas que várias pessoas telefonaram a ele para comentar a performance. “Imagina. Na Chapada, 2h30 da manhã com dois mil jovens, fazer um discurso careta não dá. Não sei cantar, mas sei dançar”, disse.
O ministro, porém, preferiu não comentar sua participação assistindo ao vídeo do YouTube ou repetindo seus passos. “É irrepetível. Ficaria fora de contexto. Foi um discurso musical, tinha a música para entrar no ritmo, deixar o ritmo te tomar. Fora dali, seria uma caricatura pobre e completamente desfigurada.”
Minc afirmou ter ficado emocionado e que pensa até em repetir sua “atuação” caso surja uma oportunidade semelhante para dar seu recado ao público. “Agora, a seco eu sou um desastre ecológico”, disse. (G1)
sábado, 12 de setembro de 2009
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