SÃO PAULO (Reuters) - A Vale informou que está aberta a negociar com seus clientes eventuais alterações na cesta de valores que passou a ser utilizada para ajustar os preços que cobra pelo seu minério de ferro.
Segundo o diretor de Ferrosos, José Carlos Martins, existe a possibilidade de serem alterados um ou mais índices utilizados atualmente para definir o preço que valerá para cada trimestre do ano.
A Vale e suas principais concorrentes mudaram o sistema de estabelecimento de preços do minério nesse ano, abandonando o antigo sistema anual de referência (benchmark).
Os reajustes agora são feitos com base na variação dos preços no mercado físico (spot) nos três meses anteriores pulando o mês imediatamente anterior, ou seja, para o próximo ajuste em 1o de julho, que valerá até final de setembro, será utilizada a média de março a maio.
Os ajustes serão automáticos se essa variação superar uma banda estabelecida.
Apesar de dar esses detalhes sobre o novo sistema de preços, a Vale até o momento não informou os percentuais exatos de aumento, tampouco os preços que estão sendo praticados.
O mercado e algumas siderúrgicas falaram em aumentos próximos de 100 por cento, e de preços entre 100 e 110 dólares por tonelada.
"Eu acho que o sistema que desenhamos e negociamos com os clientes tem características muito boas e é justo", disse Martins em teleconferência com analistas e investidores.
"No passado não tínhamos referência de spot (mercado físico), agora temos. É razoável usar esse mercado como referência. Os preços são transparentes, existem muitas fontes, e estamos abertos a negociar os diferentes índices, ou cestas, para definir as médias", acrescentou.
Martins disse que a companhia brasileira, maior produtora global de minério de ferro, está recebendo um prêmio de 20 a 22 dólares por tonelada pelo minério de Carajás, de melhor qualidade.
Disse também que as pelotas estão sendo negociadas em média com prêmio de 50 dólares ante o preço do minério de ferro.
ACELERAR NA ÁFRICA
Martins comentou que a companhia vai buscar um desenvolvimento rápido dos depósitos recém adquiridos na Guiné, chamados Simandou.
"Simandou é um dos maiores depósitos de minério de alta qualidade do mundo. Para a Vale sempre foi um sonho estar lá. Chegamos um pouco tarde, mas tivemos a oportunidade de fechar esse acordo. Nosso plano é estimular o mais rápido possível nossa produção nessa área", disse o executivo.
A Vale estimou em aproximadamente 5 bilhões de dólares o investimento total, considerando a área de minas mais logística e compensações, no desenvolvimento dos depósitos de Simandou.
O diretor de Ferrosos da mineradora brasileira disse que os trabalhos na Guiné poderão ser mais velozes que os no Brasil, onde problemas, principalmente com licenças ambientais, têm atrasado os projetos.
"Esperamos em 2012 estar produzindo de 10 a 15 milhões de toneladas (de minério por ano) em Simandou. O projeto atingiria 50 milhões de toneladas em 2015, ou até mais, se tivermos os recursos para isso", afirmou.
Guiné, segundo ele, dará flexibilidade para que a Vale possa atingir sua meta de produzir 450 milhões de toneladas de minério de ferro por ano até 2014. (Reuters)
quinta-feira, 6 de maio de 2010
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