domingo, 9 de maio de 2010

Vale prioriza investimento em reservas da África e atrasa projeto no Brasil

A Vale investirá, primeiro, no projeto das recém-adquiridas reservas de minério de ferro na Guiné em detrimento à expansão da produção em Carajás (PA), na jazida conhecida como Serra Sul, afirmou nesta terça-feira, o diretor-executivo de Ferrosos da mineradora, José Carlos Martins.

O diretor disse que serão necessários investimentos de US$ 5 bilhões para colocar em produção a mina de Zagota, na província mineral de Simandou Sul, na Guiné, país no oeste da África, com capacidade de extração de 50 milhões de toneladas a partir de 2014.

A decisão de tocar primeiro esse projeto, disse, se deve ao fato dele já possuir licenças ambientais e toda a estrutura de escoamento da produção --a ser feito por ferrovia na Libéria, país vizinho à Guiné. A Vale investiu US$ 2,5 bilhões na aquisição de 51% das jazidas no país africano.

No caso de Serra Sul, maior projeto da Vale na área de minério de ferro no Brasil, a mineradora não possui ainda as licenças ambientais --o que atrasa o empreendimento, cuja produção será de 90 milhões de toneladas e o investimento previsto inicialmente era de US$ 11,3 bilhões.

O começo da produção estava previsto para 2013, mas a Vale não fixou uma nova data. A reserva de Serra Sul fica em Carajás, ao sul da mina de mesmo nome, a maior de minério de ferro no mundo.

Martins disse que há "mais flexibilidade" para obter as licenças na Guiné e desenvolver antes esse projeto. Ressaltou ainda a "excelente" qualidade das reservas de minério de ferro de Simandou, "muito parecidas com as de Carajás".

Já Fábio Barbosa, diretor-executivo de Finanças da Vale, afirmou que o mercado de minério de ferro continua aquecido e a possibilidade de ampliar a oferta global no curto prazo é pequena.

Sobre o preço do minério, Martins disse que a Vale aceita negociar com os clientes os índices de preços diferentes ou até "cestas de cotações" a serem usados como parâmetros para a fixação dos contratos trimestrais, nova modalidade adotada pela Vale --antes, a negociação era anual. (Folha Online)

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