sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lula defende Belo Monte e a aliança política entre PMDB e PT no Pará

Após o lançamento do programa de desenvolvimento sustentável de óleo de palma, o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, falou sobre os dois temas mais aguardados pela imprensa paraense e nacional. Lula disse que acredita na aliança política entre o seu partido e o principal aliado da base governista, o PMDB, no Pará. E também mandou um recado aos paraenses sobre como vê o futuro do desenvolvimento do Estado. Segundo Lula, "o Pará tem que comprar uma briga nacional" pelo seu desenvolvimento. Leia abaixo a transcrição da fala na íntegra do presidente na entrevista após o lançamento do programa em Tomé-Açú.

Sobre Belo Monte, às criticas ao projeto de construção de uma hidrelétrica no rio Xingu, Lula responde da seguinte forma:

"Deixa eu dizer uma coisa pra você. As pessoas tem o direito de ser contra ou a favor das coisas. Ao presidente da República cabe compreender o seguinte. Belo Monte é importante para o desenvolvimento do país? Belo Monte é importante para o desenvolvimento do Pará?Ou o Pará quer continuar a ser apenas exportador de minério?

Eu acho que o Pará tem que fazer uma briga nacional. É esse o meu objetivo com a Vale do Rio Doce, é de tentar industrializar o Pará. É por isso que nós estamos trazendo a Petrobras aqui, para produzir divisas aqui. Porque nós queremos fazer que aqui tenha indústria. Não apenas levar madeira, ou levar minério de ferro, ou levar a bauxita, levar o alumínio.

Então, eu penso que as pessoas precisam compreender o que pode acontecer com uma hidrelétrica. As pessoas tem que lembrar que hoje o lago de Belo Monte é menos da metade do que era o lago no projeto original. De que nos temos R$ 3,5 billhões previstos para a área ambiental e a área social. Não é pouca coisa, ou seja, nós aprendemos a não repetir as mazelas do que foi feito na década de 60, na década de 70, quando as pessoas eram simplesmente expropriadas de suas terras e ficavam ao Deus dará. Não! Nós queremos cuidar com carinho. Já fizemos todas as audiências públicas. Agora, eu até poderia ter dito 'A Ana Júlia responde essa pergunta porque como é que eu vou responder uma coisa do haver do Pará'. Sabe, mas eu estou convencido que a maioria do povo do Pará quer a hidrelétrica e quer outras coisas que tem que vir pra cá."

À pergunta sobre se "dois palanques" seria prejudicial à campanha no Pará, o presidente disse:

"Eu não disse que dois palanques é prejudicial. Eu, sinceramente, sinceramente, se alguém entendeu que eu disse isso, isso é o contrario de tudo que eu venho dizendo desde que nós estamos construindo a nossa candidatura. Veja, eu acho que o ideal seria que a base estivesse unida em torno de um único candidato a presidente da República, em torno de um único candidato no Estado. O ideal seria isso. Ora, se isso não for possível. Nós vamos ter que encontrar um jeito de que as pessoas possam ter um palanque, possam ter dois palanques. Sabe, eu acho que ainda é cedo pra gente dar de barato que já aconteceu a divisão ou não. Nós temos ate junho para a gente resolver isso. E como eu acredito muito na capacidade de discernimento das pessoas, como eu acredito muito na capacidade de articulação política da direção do meu partido, da governadora Ana Júlia, eu estou convencido que a gente pode construir aliança aqui no estado do Pará.

Outra pergunta: "O Sr. acha que o PMDB vai verticalizar a orientação da campanha nacional para presidente dentro do Estado do Pará?"

"Eu não diria "verticalizar" porque tem estados em que o PMDB é radicalmente contra o Governo, como o estado de Pernambuco, por exemplo. Eu não espero nada em Pernambuco. Mas eu espero que a maioria e que a direção do partido esteja na posição melhor que é a posição da aliança política". (Secom)

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