SÃO PAULO – Refletindo os rumores de um aumento de 96% nos preços do minério de ferro neste ano, a equipe da Bradesco Corretora realizou uma análise de sensibilidade das ações da Vale (VALE3, VALE5) e da MMX Mineração (MMXM3), reiterando a visão positiva com relação aos papéis.
Em relatório divulgado nesta terça-feira (9), os analistas afirmaram que um aumento “tão forte” poderia ocorrer, especialmente devido a quatro fatores: o prêmio de 140% do mercado à vista em relação ao preço de referência; o desequilíbrio entre oferta e demanda, com destaque para a China; o adiamento de projetos de expansão de minério de ferro; e a posição desfavorável de algumas siderúrgicas, após o não cumprimento dos contratos no ano passado.
“Se um forte aumento do preço do minério de ferro como esse se materializar de verdade, seria muito positivo para a Vale e para a MMX, já que é bem acima da nossa premissa estimada de aumento do preço para 2010, de 35%”, argumentam os analistas da Bradesco Corretora.
Impactos nos valuations de Vale e MMX
Dado que os cálculos de preço-alvo da instituição envolvem uma média de preços com base na análise de múltiplos e do modelo de DCF (Fluxo de Caixa Descontado), os analistas acreditam que, com uma elevação de 96% no preço de referência do minério, o preço-alvo dos papéis preferenciais classe A e ordinários da Vale subiriam 28,5% e 28,6%, respectivamente.
Considerando que atualmente os alvos para VALE5 e VALE3 ao final deste ano são R$ 62,40 e R$ 72,80 por ação, caso a informação seja confirmada, as estimativas seriam elevadas para R$ 80,20 e R$ 93,60 por ação, com upsides de 70% e 74% sobre os preços de fechamento da última sessão.
Nesse caso, os múltiplos também seriam elevados, sendo que os papéis preferenciais seriam negociados a 5,3 vezes o Ebitda (geração operacional de caixa) previsto para 2010, enquanto os ordinários valeriam 6 vezes. No cenário base da corretora do Bradesco, VALE5 está negociando a 7,2 vezes o Ebitda previsto para 2010 e 5,3 vezes o previsto para 2011. Da mesma forma, VALE3 é negociada a 8,2 vezes e 6,0 vezes, respectivamente.
“Também desenvolvemos uma análise de sensibilidade para a MMX e o resultado foi um aumento do preço-alvo da ação de 30,6%, para R$ 23,50 por ação, o que implica em um potencial de alta de 68%”, afirmam os analistas. Atualmente, o preço-alvo para os papéis da mineradora é de R$ 18,00.
Como as negociações sobre o reajuste do preço do minério de ferro são rodeadas de especulações, há um risco do aumento de 96% não se concretizar. Ainda assim, os analistas reiteram a visão otimista em relação aos papéis das mineradoras, em especial da Vale.
“Mesmo um aumento de 35% ainda não está precificado nas ações da Vale”, ressalta a Bradesco Corretora, justificando que os múltiplos estão abaixo da média histórica, afetados também pela greve na Vale Inco.
Dessa forma, os analistas reiteram a recomendação de alta performance para os papéis ordinários e preferenciais classe A da Vale e para as ações ordinárias da MMX. (Info Money)
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