O vice-presidente da Associação do Ferro e do Aço da China (Cisa, na sigla em inglês), Luo Bingsheng, alertou para “um grande grau de dificuldade” nas atuais negociações dos preços de contrato do minério de ferro, por causa da reivindicação das mineradoras globais de um reajuste de 20% a 30%, segundo informou hoje a mídia estatal chinesa.
A magnitude do aumento está dentro das expectativas do mercado. Mas a resposta pública de Bingsheng ao pedido que ele disse estar sendo feito pelas três principais mineradoras do mundo (Vale, Rio Tinto e BHP Billiton) sinaliza a continuada determinação da China de controlar a fixação de preço de uma das mais importantes commodities industriais.
Os observadores do setor esperam um aumento de 20% nos preços de referência do minério de ferro em 2010, segundo uma enquete com analistas conduzida pela Dow Jones no começo deste mês. Embora reconhecendo implicitamente que um aumento de preço pode ser inevitável, os chineses têm demonstrado muito menos disposição para aceitar um reajuste.
Em declarações numa conferência do setor neste mês, Bingsheng disse que “a alta dos preços do minério de ferro é pequena e difícil”, sem descartar um aumento. Em novembro, o presidente da siderúrgica chinesa de médio porte Nanjing Iron and Steel, Yang Siming, disse que esperava um aumento de 5% a 10%.
Há duas semanas, quando a Baoshan Iron and Steel ficou sob críticas por elevar os preços de janeiro de seus produtos acabados, um importante executivo da companhia disse que um aumento nos preços de referência do minério de ferro em 2010 é “improvável”. A Baoshan é a unidade listada em bolsa da maior siderúrgica chinesa.
Nesta quarta-feira, o vice-presidente da Cisa indicou que, enquanto os negociadores chineses participam das negociações de preço, a China busca reorganizar sua siderurgia. O país, que produz metade do aço do mundo, quer reduzir as importações de minério e estabelecer um “preço unificado” para o minério importado, disse Bingsheng.
“Podemos unificar as ações das usinas e elevar nossas prerrogativas nas negociações”, afirmou. Os analistas, porém, permanecem céticos quanto à capacidade do governo para colocar em prática essa estratégia. (By Agencia Estado)
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