BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu de férias e deixou para abril a definição sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos, foco de crise entre militares e membros do governo ligados às famílias de mortos e desaparecidos na ditadura, informa a reportagem de Marta Salomon e Eliane Cantanhede para o jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira.
Segundo a reportagem, o governo tem até abril para elaborar projeto da Comissão da Verdade, para examinar violações de direitos humanos durante a repressão. Os militares, que aguardavam recuo do Planalto, acham que Lula "empurra com a barriga".
Ontem, as autoridades envolvidas no conflito baixaram o tom das críticas. O secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, entrou em férias e avisou que não comentaria o caso, e o ministro Tarso Genro (Justiça) insistiu em que a palavra final caberá ao presidente.
Também o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica se recusaram a falar. A promessa de Lula, levada a eles por Jobim, é de que a tensão será contornada e que o governo não tem nenhum interesse em provocar os militares e criar-lhes constrangimentos.
O presidente Lula deverá determinar que sejam feitos ajustes no texto do Plano Nacional de Direitos Humanos assim que retornar das férias, no dia 11 de janeiro. Informado de que o texto divulgado não representava consenso em todas as áreas do governo e havia sido contestado pelos setores militares, Lula mandou informar aos comandantes militares que pedirá alterações no texto. (JB Online)
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