Belém - Os governadores da Amazônia estão confiantes de que os acordos subnacionais, firmados com estados de outros países, vão trazer benefícios mais rápidos à conservação da floresta e ao fomento ao uso adequado do solo nas áreas já abertas, que um eventual acordo que possa surgir da 15ª Conferência do Clima, que terminou nessa sexta-feira (18), em Copenhagen.
Presentes no evento, os governadores Ana Júlia Carepa (PA), Binho Marques (AC), Eduardo Braga (AM), Waldez Góes (AP), Blairo Maggi (MT) e Carlos Gaguin (TO) construíram agendas conjuntas e paralelas em busca de apoio para seus programas e projetos.
Eles reforçaram a parceria que está selada com os estados da Califórnia, Illinois e Winsconsin e nas conversas coletivas e separadas que mantiveram com o governador Arnold Schwarzenegger sugeriram a elaboração de uma lei estadual que permita a criação de um fundo onde as empresas e organizações públicas e privadas que queiram aportar recursos para a proteção da floresta, possam se utilizar desse mecanismo.
Schwarzenegger gostou da sugestão e prometeu se empenhar pela criação desse mecanismo, embora não tenha entrado em detalhes técnicos e jurídicos, papel que caberá à sua equipe e aos legisladores californianos. De toda forma, a idéia de criar acordos subnacionais partiu dele e é de seu interesse que a cooperação aconteça na prática.
A governadora Ana Júlia, que estava acompanhada do secretário de Meio Ambiente, Aníbal Picanço, se reuniu reservadamente por três vezes com Schwarzenegger quando discorreu sobre a importância de financiamento para o reflorestamento, como estratégia para manter a floresta conservada, em pé. A governadora enfatizou que sem incentivo econômico o plantio de florestas tende a ser demorado, o que aumentaria a pressão sobre os remanescentes florestais.
Segurança jurídica - Ela citou que seu governo construiu os instrumentos jurídicos necessários para garantir a segurança jurídica para os investidores, que envolve a regularização fundiária e ambiental. "Temos o programa Um, Bilhão de Árvores para a Amazônia, que não é uma campanha de plantio de árvores, mas de fomento à atividades florestal", acrescentou.
Para Ana Júlia Carepa, é legítima a aprovação de mecanismos de compensação à conservação, pois esta é também uma forma de evitar o desmatamento. "Queremos transformar o que antes era visto como uma dificuldade, em oportunidade e potencial é o que não falta ao Pará para quem quer produzir com respeito ao meio ambiente e responsabilidade social".
Em sua estada em Copenhagen a governadora foi procurada por vários interlocutores, inclusive pelo represente do Príncipe da Dinamarca, Frederik, que enviou ao jantar oferecido por Ana Júlia, a condessa Cath Alexandrine Panniskold Samoe que reiterou interesse do herdeiro do trono dinamarquês em conhecer e apoiar programas relacionados à floresta.
A Conservação Internacional compareceu com seus principais líderes ao jantar. O grupo, liderado por seu presidente global, Russel Mittermeier era integrado ainda pelo chefe de Operações, Nels Crone, pelo chefe de Programas de Campo, Claude Gascon, o diretor executivo Brasil, Fábio Scarano e pelo diretor de Polícia Ambiental, Paulo Gustavo Prado.
Na ocasião a governadora citou a criação do Fundo Kayapó, aprovado pelo Fundo Amazônia e que será desenvolvido pela CI em parceria com o governo estadual. O Fundo Kayapó começa com um aporte de R$ 20 milhões.
Manejo florestal - A The Nature Conservancy (TNC), organização cuja representação na Amazônia é sediada em Belém, enviou seu diretor norte-americano Louis Blumberg e a representante no Brasil, Ana Cristina Barros.
O evento foi prestigiado também pelo representante do primeiro-ministro do Nepal, pelo empresário Sérgio Amoroso, presidente do Grupo Orsa, além de investidores e representantes de instituições brasileiras e estrangeiras.
Em sua última agenda em Copenhagen, a governadora assinou um Protocolo de Intenções com a Fundação Roberto Marinho visando o desenvolvimento de projeto nos moldes do Telecurso Segundo Grau voltado para o manejo florestal e também para a educação ambiental.
A governadora convidou a todos os seus interlocutores para conhecer o Pará, ver de perto não só as riquezas naturais, como também apoiar iniciativas que gerem emprego, renda e ajude a melhorar a qualidade de vida da população. (Secom)
sábado, 19 de dezembro de 2009
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