quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Brasil corre São Silvestre-2009 para minimizar lavada

Os brasileiros disputam a São Silvestre hoje com a intenção de minimizar o incrível domínio dos quenianos no ano em provas de fundo no país.

Segundo levantamento feito pela Folha de S. Paulo, das 45 corridas de que participaram, os africanos só não venceram cinco.

Mesmo com a inscrição de quase todos os principais nomes da modalidade no Brasil, a exceção é Marílson dos Santos, os atletas da casa até não parecem muito confiantes.

"É complicado vencê-los. É uma vergonha, mas, sendo realista, só temos um atleta, que é o Marílson [dos Santos], com tempos no nível deles", afirmou Marizete Rezende, ganhadora da São Silvestre de 2002.

As últimas vitórias na prova mais tradicional do país foram em 2006, com Franck Caldeira e Lucélia Peres. Na ocasião, porém, o temido grupo de quenianos não estava na elite.

Desde que passou a ser internacional, em 1945, a São Silvestre foi vencida 11 vezes por quenianos e dez por brasileiros. Entre as mulheres, foram sete triunfos portugueses, seis do Quênia e cinco brasileiros.

Na prova de hoje, com largada às 16h25 no feminino e às 16h42 para os homens, o favoritismo é dos africanos, com os quenianos Robert Cheruiyot, James Kipsang (atual vencedor da São Silvestre) e Margaret Okayo, mais a etíope bicampeã olímpica Derartu Tulu.

"É muito fácil vencer os brasileiros. Acho que a diferença está no treinamento", diz a queniana Pasalia Kipkoech Chepkorir, 26, atual ganhadora da Volta da Pampulha.

No ano, as conquistas dos africanos no Brasil não foram só nas provas mais importantes, como a Maratona de São Paulo, que teve Elias Chelimo e Margaret Karie como ganhadores, e mesmo atletas não tão renomados no Quênia desbancaram os brasileiros.

Em busca das premiações, que variam entre R$ 500 e R$ 28 mil, os quenianos também marcaram presença nos eventos de menor expressão. Só Eunice Kirwa ganhou 12 provas de 10 km e de meia-maratona.

Para tentar conter os forasteiros, no início do ano a Confederação Brasileira de Atletismo limitou para três por prova o número de participantes de cada país estrangeiro.

A regra, porém, pode ser alterada. Para esta edição da São Silvestre, já foi liberada a inscrição de cinco quenianos, gerando queixas dos brasileiros.
(Folha S. Paulo)

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