domingo, 9 de agosto de 2009

E se Lina provar que se encontrou com Dilma?

A ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira contou à Folha de S. Paulo que durante um encontro a sós no final do ano passado, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) pediu a ela que a investigação realizada pelo órgão nas empresas da família Sarney fosse concluída rapidamente.

Por escrito, a assessoria da ministra negou ao jornal que tenha havido o pedido e o próprio encontro.

Na semana passada, Lula recebeu em seu gabinete o senador Fernando Collor. Não há registro do encontro na agenda presidencial. Foi a imprensa que descobriu que Lula e Collor haviam se reunido.

É comum que autoridades omitam de suas agendas públicas encontros que prefiram fazer às escondidas.

No caso Lina Maria-Dilma Rousseff, o incomum é que a chefe da Casa Civil da presidência da República tenha chamado uma subordinada do ministério da Fazenda para lhe pedir o que seria uma clara indecência.

Como ninguém mais testemunhou o encontro que a assessoria de Dilma nega que tenha ocorrido, ficará a palavra da ex-secretária contra a palavra da ministra.

Mas há um pequeno detalhe que poderá complicar a vida de Dilma: e se Lina conseguir provar que esteve com a ministra no Palácio do Planalto no final de dezembro último?

Se provar, o que Lina diz ter ouvido de Dilma ganhará toda a pinta de verdade. E de uma verdade grave: a chefe da Casa Civil, futura candidata a presidente da República, interferiu junto à Receita Federal para que apressasse o fim de investigações que atormentavam a vida da família de um dos seus apoiadores.

Lina Maria foi demitida do cargo por motivos mal explicados até hoje.

Atribuiu-se sua saída ao rigor com que apurava o meio encontrado pela Petrobras para pagar menos impostos. De Lina se dizia nos intestinos do governo que ela costumava recusar pedidos de políticos.

No ano passado, quando foi instalada a CPI Mista do Cartão Corporativo, a Casa Civil montou um dossiê sobre despesas sigilosas do governo Fernando Henrique Cardoso.

O dossiê serviu para intimidar os representantes da oposição na CPI.

A Casa Civil chamou o dossiê de "banco de dados". E o assunto acabou ficando por isso mesmo.

Fonte: Blog do Noblat

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