sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Governadora mostra que o atual modelo energético prejudica o Estado

A governadora Ana Júlia Carepa disse ontem ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que a reestruturação do setor elétrico brasileiro, iniciada nos anos 90, resultou na falta de alternativas consistentes para o problema da exclusão elétrica e da oferta ou suprimento de energia ao Sistema. Segundo ela, o Pará foi um dos Estados mais gravemente atingidos, principalmente por causa de sua grande dimensão territorial aliada a um mercado consumidor de energia elétrica bastante esparso e significativo percentual da população sem acesso à energia elétrica. 'A isso se soma o fato de que o Estado tem vocação para a indústria minero-metalúrgica, que tem seus preços regulados pelo mercado internacional e precisa minimizar os custos de um de seus principais insumos, que é a energia elétrica', observa.

Ana Júlia explicou ao ministro que, mesmo com o impacto positivo das medidas implantadas pelo governo do presidente Lula em 2003 e 2004, o alto potencial energético do Pará - o maior do Brasil, representado pela usina de Tucuruí (8.500 megawatts), e as futuras Belo Monte (11 mil MW) e São Luís do Tapajós (12 mil MW) - não se reflete em vantagem real.

TARIFA

Segundo a governadora, é necessário fazer alterações no cálculo da Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST), para valorizar a proximidade dos grandes consumidores das maiores usinas de geração do sistema nacional. 'A estrutura de cobrança da TUST não reflete adequadamente a vantagem de proximidade dos grandes consumidores das maiores usinas de geração do sistema', disse. Para Ana Júlia, o atual modelo também não estimula a participação dos autoprodutores de energia nos consórcios que têm participado dos leilões de energia, especialmente os de grandes empreendimentos.

Têm restado aos consumidores eletrointensivos a alternativa de aquisição de energia elétrica no ACL (Ambiente de Comercialização Livre), cujo preço de compra, somado ao valor da TUST, inviabiliza a implantação de diversos empreendimentos no Pará. Isso quer dizer perda de emprego e renda para a população de nosso Estado', informou Ana Júlia. (Da Sucursal de Brasília/ORM)

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