segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Radioatividade suspende uso da água em Caetité

Problema foi verificado em três pontos da cidade baiana, mas apenas um é utilizado para abastecimento humano

SÃO PAULO - O Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá) e a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia notificaram a Prefeitura de Caetité e as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) a suspenderem imediatamente o consumo de água em três pontos da cidade.

Segundo a instituição, nesses locais foram detectadas radioatividade alfa e beta acima do permitido. A prefeitura foi intimada a suspender o uso imediatamente e a garantir o abastecimento alternativo de água para as famílias atingidas.

Dos três pontos, apenas um é utilizado para abastecimento humano e apresentou radioatividade alfa acima do limite permitido: o poço da prefeitura no povoado de Barreiro, da zona rural de Caetité, que leva água a cerca de 15 famílias desde 2007.

O índice de radioatividade alfa encontrado foi 0,30 becquerels por litro (Bq/l) - a unidade internacional usada para medir a radiação -, quando o padrão é 0,1 Bq/l, de acordo com a portaria 518 do Ministério da Saúde. Já o padrão para radioatividade beta é 1,0 Bq/l.

Do total de 50 poços que ficam na área da mina de extração de urânio das INB, seis poços e mananciais superficiais de três municípios vizinhos à mina apresentaram radioatividade acima do permitido e o consumo de água dessas fontes foi suspenso no começo de dezembro do ano passado, após o recebimento dos resultados da análise de coleta de amostra de água realizada pelo Ingá na região de Caetité.

Os outros dois pontos onde foram detectadas a radioatividade estão localizadas dentro do pátio da INB e são utilizadas para fins industriais. São eles o poço 1, com índice de 4,07 Bq/l de radioatividade alfa e de 4,05 Bq/l para radioatividade beta; e a bacia de acumulação Joaquim Ramiro, também dentro da indústria, com 0,23 Bq/l alfa.

De acordo com o diretor de Regulação do Ingá, Luiz Henrique Pinheiro, o poço 1 está em processo de análise de renovação de outorga (autorização para uso da água), mas por conta deste resultado, não será renovada. Já o tanque de acumulação não é passível de outorga.

"O que preocupa é que este poço usado pela indústria contamina o aquífero
(água subterrânea). É preciso saber a extensão e profundidade deste aquífero e da pluma de contaminação." A segunda parte dos resultados, que indicam os radionuclídeos - que informam qual elemento está emitindo a radiação - está prevista para ser entregue ao Ingá até o início da próxima semana. (Agência Estado)

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