Responsável por cerca de 4% de toda energia consumida no Brasil, a mineradora Vale se tornou nos últimos anos um importante nome no mercado de geração de energia. O investimento da companhia no setor tem como pano de fundo garantir suprimento e fugir de grandes oscilações de preço.
A decisão da mineradora de participar de um consórcio para disputar o leilão da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, segue nessa direção. O analista de mineração da corretora SLW, Pedro Galdi, lembra que Belo Monte poderia suprir as unidades da Vale no Pará de produção de alumínio, um dos segmentos mais intensivos no consumo de energia.
“Com a participação, a Vale terá o direito de comprar energia. Isso é importante para ela”, disse, explicando que a falta de energia poderia levar uma fabricante de alumínio a parar de produzir. “O grande gargalo hoje na cadeia de alumínio é energia.” Em 2010, a Vale planeja investir US$ 834 milhões em energia, cifra que corresponde a 6,5% do investimento programado pela mineradora para o período.
Juntas, as hidrelétricas operadas pela mineradora no Brasil, Canadá e Indonésia conseguem atender a 34% do consumo global de eletricidade da mineradora. Além dos projetos em operação, a companhia está em fase de construção da usina de Estreito, no Tocantins. A hidrelétrica, que terá capacidade para 1.087 MW, tem previsão de entrar em funcionamento em julho deste ano.
A Vale ressaltou em seu último plano estratégico o investimento na implementação da usina de Karebbe, na Indonésia. A usina é a terceira construída pela subsidiária PT Inco na região e tem como objetivo reduzir o custo de produção e garantir fornecimento de energia suficiente para a produção de 90 mil toneladas métricas anuais de níquel.
O custo estimado do empreendimento é de US$ 410 milhões e tem previsão de entrada em funcionamento a partir de 2011. Desde 2007, a Vale vem investindo na exploração de gás natural com a compra de blocos de exploração licitados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Atualmente, a empresa detém participações minoritárias em consórcios para explorar gás
natural em blocos localizados nas baías do Espírito Santo, Pará-Maranhão, Parnaíba e Santos.
“Pretendemos usar todo gás natural descoberto para atender à nossa demanda energética”, afirmou a companhia. Em seu último plano estratégico, a Vale ressaltou que o interesse em “diversificar e otimizar sua matriz energética”. (Agência Estado)
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
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