Dormir após uma aula pode ajudar estudantes a memorizar o que foi ensinado, segundo projeto-piloto realizado com 250 alunos de escolas públicas de Natal. "Observamos que a soneca após a aula tem um benefício cognitivo", afirma Sidarta Ribeiro, neurocientista do Instituto de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Depois de uma aula de dez minutos, uma parte da turma foi assistir a outra aula, enquanto o restante foi dormir por duas horas. Cinco dias depois, foi feita uma prova sobre o tema apresentado. Os alunos que dormiram se saíram melhor. Aqueles que não conseguiram dormir, mas ficaram quietos, também tiveram desempenho superior a quem teve de voltar a estudar. O assunto foi tema de uma conferência ontem na 62.ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Natal.
O processo foi estudado também com roedores. A conclusão é que o sono de ondas lentas e o sono REM, quando se sonha, têm funções complementares. O primeiro é o responsável pela reverberação da memória, e o segundo, pelo seu armazenamento. O próximo passo será avaliar por seis meses os alunos em uma disciplina específica.
O professor tem uma experiência pessoal com o assunto: quando foi para os Estados Unidos fazer doutorado, teve dificuldade com a língua e com parte do conteúdo. "Dormia 16 horas por dia, tinha muito sono. Achei que meu corpo estava me sabotando. Mas, dois meses depois, estava completamente adaptado e percebi que o sono me ajudou", conta. Segundo ele, foi a partir de então que ele resolver estudar o sono e os sonhos. (Agência Estado)
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
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