sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ex-guia indica local de ossada no Araguaia

O camponês José Maria Alves da Silva, o “Zé Catingueiro”, um dos guias do Exército durante a Guerrilha do Araguaia (1972-1975), indicou um ponto na localidade de Tabocão, município de Brejo Grande do Araguaia, onde teria sido enterrado um dos integrantes do movimento de oposição armada à ditadura militar (1964-1985). Pelas descrições dele, o corpo pode ser do estudante mineiro Rodolfo de Carvalho Troiano, que adotou o codinome de “Manoel do A”, referência ao destacamento onde atuava. O “moço loiro”, como descreveu, foi executado em 12 de janeiro de 1974.

Catingueiro entrou numa picape acompanhado por Paulo Fonteles Filho, representante do governo do Pará, e por Sezostrys Alves da Costa, da Associação dos Torturados no Araguaia, para indicar a possível sepultura do guerrilheiro, que fica a cerca de 60 quilômetros do município de São Domingos do Araguaia. O Estado acompanhou com exclusividade. A notícia do encontro do local foi comemorada com discrição pelos oficiais do Exército, legistas e geólogos.

Depois de 50 quilômetros de rodovia asfaltada, a equipe percorreu 13 quilômetros de estrada de terra e atravessou uma área de pântano e pasto até chegar ao sítio do morador mais antigo do lugar, o agricultor Ademir Nascimento de Souza. Ex-vizinho de Catingueiro, Souza conversou por longo tempo com Fonteles, que o convenceu a contribuir. “É o momento de pacificar. Precisamos encontrar essas pessoas enterradas aqui para olharmos para o futuro”, disse Fonteles. “Agora não precisa ter cisma. O perigo já passou. Hoje estamos recordando por outro motivo”, emendou Catingueiro.

Como os carros do grupo ficaram para trás, o agricultor disponibilizou um carro para levar a equipe até um antigo núcleo de casas, derrubadas na época da repressão. Chegando lá, Catingueiro mostrou a Fonteles tocos que serviam de base para uma das casas. Perto de um tronco caído de castanheira e uma mangueira, a 30 metros de um córrego, o corpo do guerrilheiro “loiro” e “alto”, segundo descrições do mateiro, foi enterrado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte (Agência Estado)

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