sexta-feira, 18 de março de 2011

Vale supera Rio Tinto no mercado de dívida com cobre e níquel

Produção de alumínio da Vale: títulos da mineradora subiram 2,1% em relação a outras

Companhia brasileira duplicou a produção de cobre e níquel, o que ajudou a reduzir dívida em relação ao lucro

Nova York/Rio de Janeiro - A Vale SA, maior produtora mundial de minério de ferro, está batendo a rival Rio Tinto Ltd. no mercado de dívida. A mineradora brasileira duplicou a produção de cobre e níquel, o que ajudou a reduzir sua dívida em relação ao lucro.

O avanço de 2,8 por cento, no mês até 16 de março, nos títulos em dólar da Vale com vencimento em 2019 se compara a um ganho de 2,2 por cento para os títulos da Rio Tinto, e a uma alta de 2,1 por cento nos papéis de empresas globais de metal, mineração e aço acompanhados pelo Bank of America Merrill Lynch. O rendimento das notas da Vale que pagam juros de 5,625 por cento caiu 36 pontos-base, ou 0,36 ponto percentual, nesse período para 4,62 por cento, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A disparada na produção de cobre e níquel ajudou a Vale a reduzir a dívida líquida em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ou Ebitda, para 0,6 nos últimos três meses de 2010, comparado a 1,3 no mesmo período de 2009. A segunda maior empresa por valor de mercado atrás da Petróleo Brasileiro SA está aumentando a produção desses metais para se aproveitar da alta de 27 por cento do cobre e de 17 por cento do níquel no último ano.

“Os preços de níquel e cobre subiram significativamente nos últimos 12 meses e isso está ajudando a companhia a gerar fluxos de caixa adicionais e a aumentar o Ebitda”, disse Chris Buck, analista de dívida corporativa do Barclays Plc em Nova York, numa entrevista por telefone.

Diferença de rendimento
Os títulos da Vale que vencem em 2019 têm rendimento 46 pontos-base acima das notas de prazo similar da Rio Tinto. A diferença estava em 70 pontos-base em 31 de agosto e caiu para 34 pontos-base em 4 de março, a menor em 5 meses. A Vale tem nota Baa2 pela Moody’s Investors Service, dois níveis abaixo da Rio Tinto e quatro a menos que a BHP Billiton Ltd., de Melbourne. A BHP é a maior mineradora do mundo por faturamento, seguida pela Rio Tinto.

A Vale ampliou a produção de cobre de 32.000 toneladas no quarto trimestre de 2009 para 76.000 toneladas no mesmo período de 2010. A de níquel mais do que dobrou para 65.000 toneladas, de acordo com um comunicado do dia 24 de fevereiro.

Um representante da Vale no Rio de Janeiro, que pediu para não ser identificado por causa da política interna, disse que a empresa não comentaria o assunto. Tony Shaffer, porta-voz da Rio Tinto em Londres, também se recusou a fazer comentários para esta reportagem.

“A expansão da Vale para outras commodities é boa para o crédito”, disse Vinicius Pasquarelli, operador de dívida de mercados emergentes em Nova York da Tradition Asiel Securities Inc., subsidiária da corretora Compagnie Financiere Tradition SA, de Lausanne, na Suíça. “Se a Vale começar a produzir outras matérias-primas além das que já produz, isso vai lhe permitir gerar mais receita.” (Fonte: EXAME.com)

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