quarta-feira, 6 de abril de 2011

Troca na presidência da Vale valoriza papéis da empresa

Com a indicação do mineiro Murilo Ferreira para a presidência da Vale, em substituição ao atual titular, Roger Agnelli, as ações da companhia subiram ontem, depois de quedas sucessivas. Ao fim do pregão, os papéis ordinários (ON) exibiam valorização de 0,46%, representando quase duas vezes e meia a alta de 0,19% do Ibovespa, principal índice de ações da bolsa paulista. Ao longo do dia, elas chegaram a subir 0,83%, quando o indicador marcava elevação de 0,35%. As preferenciais (PN) subiram 0,60%, fechando com alta de 0,12%.

O valor de mercado da empresa vinha sofrendo perdas há pelo menos um mês, com especulações em torno da troca de comando na mineradora. Murilo Ferreira foi escolhido pelos acionistas da Valepar, holding que controla a companhia, a partir de uma lista tríplice que levava os nomes de Tito Martins , atual presidente da Inco — e que era dado como a opção mais provável para substituir Roger Agnelli —, e José Carlos Martins, diretor de Marketing, Vendas e Estratégia. A indicação surpreendeu, mas foi bem recebida por analistas do mercado financeiro, profissionais e empresários do setor. A única ressalva, agora, gira em torno da expectativa sobre o grau de interferência do governo na companhia.

Ferreira ingressou na Vale em 1977 como técnico em economia e finanças, chegou ao cargo de diretor de Participações e Desenvolvimento de Negócios e foi presidente da Inco, subsidiária da Vale no Canadá, em 2007 e 2008. Sua escolha agradou os prefeitos das cidades que têm a mineração como principal atividade econômica. Eles avaliam haver proximidade de Ferreira com o governo federal, particularmente com a presidente Dilma Rousseff, que teve relacionamento estreito com Ferreira quando ministra de Minas e Energia. Na ocasião, o executivo presidiu a Albrás, uma fornecedora de alumínio da Vale.

Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora, destacou a experiência e a vivência internacional do executivo. A indicação foi como um “casamento perfeito”, atendendo as expectativas do governo e dos demais acionistas do comando da empresa, mas também impõe desafios à independência do executivo na presidência. “É um profissional, mas com proximidade com o governo. Não significa que será pau mandado, mas precisamos ver agora até que ponto irá a ingerência na Vale”, destacou. (Fonte: Correio Braziliense).

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