Roger Agnelli, da Vale, não teve jogo de cintura suficiente para lidar com seus dois chefes, o governo e os acionistas privados, e acabou demitido
São Paulo – Reportar-se a dois chefes é cada vez mais comum no dia-a-dia de executivos. Isto porque as empresas estão buscando estruturas mais integradas, com equipes compostas por profissionais de várias áreas, com o objetivo de ter uma visão mais geral de cada negócio. Este é o lado bom da história. O lado ruim é que, no mundo real, chefes costumam ser temperamentais, lutar por poder e se melindrar facilmente. Afinal, antes de tudo, são pessoas de carne e osso. E quem precisa obedecer a dois ou mais chefes ao mesmo tempo sabe bem a dor de cabeça que isso causa.
Que o diga Roger Agnelli, que está de saída da Vale. Nos dez anos em que comandou a segunda maior mineradora do mundo, Agnelli se dedicou mais a atender aos interesses de um de seus “chefes” – os acionistas privados, liderados pelo Bradesco. Sua situação se complicou quando o outro “chefe”, tão poderoso quanto o primeiro, resolveu romper o silêncio. Trata-se do governo, que exige que a Vale invista mais no mercado interno e em setores como siderurgia e energia. Dois chefes, interesses distintos – e uma demissão. Eis o final da história.
Mas esse desfecho pode ser evitado por executivos que vivem a mesma situação. O fundamental, segundo os especialistas, é saber negociar e costurar consensos. Veja, a seguir, algumas atitudes que podem ajudá-lo a ter jogo de cintura nestas horas.
Conheça a si mesmo
Fazer uma autocrítica e se auto-avaliar com honestidade não é uma prática comum no mundo corporativo, segundo Irene Azevedo, diretora de negócios da DBM Brasil e América Latina. Mas esse é o primeiro passo para lidar com quem quer que seja.
“É preciso se conhecer bem para entender o outro melhor, mas pessoas têm muita dificuldade nisso”, diz. E, para chegar a essa iluminação interior, vale tudo: yoga, terapia, coaching. O fundamental é tirar um tempo para ouvir a pessoa mais importante nestas horas: você mesmo.
Analise o perfil dos chefes
Depois de aprender quem você é, ficará mais fácil de entender o que se passa na cabeça de seus chefes. Isso é fundamental, inclusive, para que você ajuste a conversa ao perfil dele – do tom de voz à abordagem. “Se tenho um chefe extremamente emocional, não posso ir direto ao ponto, porque o raciocínio dele não é prático. Se ele é pragmático, aí já posso ser bem direto. Se é racional, o melhor é basear meu argumento nos números. Se é reflexivo, posso tentar convencê-lo usando primeiro os conceitos envolvidos”, afirma Irene. (Fonte: EXAME.com).
sexta-feira, 8 de abril de 2011
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