terça-feira, 10 de maio de 2011

Lobão diz que governo vai pressionar BR Distribuidora a reduzir preços para forçar queda dos combustíveis

BRASÍLIA E RIO - O governo decidiu utilizar a BR Distribuidora - subsidiária da Petrobras que tem cerca de 7 mil postos no Brasil (18% do total de revendedores) e 47,8% do volume de combustíveis vendido - para forçar a queda dos preços dos combustíveis aos consumidores finais. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ao GLOBO que o objetivo será acirrar a competição, em um ambiente que, para Lobão, está passando por um processo de cartelização. Ainda assim, o ministro garantiu que preços do etanol começaram a cair nesta segunda-feira, refletindo o fim da entressafra da cana de açúcar. O etanol é o principal foco de pressão individual sobre a inflação nos últimos meses. Tem reflexo ainda no preço da gasolina, que no Brasil é comercializada com 25% de álcool combustível.

- O governo vai pressionar a BR Distribuidora, da Petrobras, para baixar o custo, ela tem uma cadeia de postos. Se os outros (revendedores) não seguirem a queda, a BR vai vender mais combustível - afirmou o ministro, sem adiantar em que fase estão as conversas com a Petrobras.

Não será a primeira vez que a estatal será usada, este ano, como instrumento para evitar a alta dos combustíveis. A escalada acentuada da cotação do barril do petróleo no mercado internacional desde janeiro, na visão da empresa, há mais de um mês justificaria um reajuste da gasolina nas refinarias. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, fez esta ponderação mais de uma vez em público, e sofreu ataque incisivo tanto de Lobão quanto do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Prevaleceu a decisão da presidente Dilma Rousseff de segurar ao máximo o repasse. A preocupação é com a inflação. Entre janeiro e abril, o álcool subiu 31,09%, mais de nove vezes e meia a inflação acumulada no período pelo IPCA, que ficou em 3,24%. A gasolina aumentou três vezes a variação média dos preços da economia, 9,58%.

No Rio, no posto Jurema (bandeira BR), na Tijuca, na Zona Norte, o gerente Flavio Calafara disse que recebeu nesta segunda gasolina com o preço normal. Ele acredita que nesta terça ou na quinta-feira receberá o combustível com preços menores. Com os altos preços, seu movimento caiu cerca de 15%. (Fonte: O Globo).

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