O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, nesta quarta-feira (21), a investigação realizada pela Receita Federal sobre a suposta quebra de sigilo dos dados fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge.
O presidente foi questionado se poderia se comprometer a esclarecer o caso antes das eleições. “Quem tem que esclarecer é a Receita Federal”, respondeu, acrescentando que não tem ingerência sobre o órgão. ”A Receita Federal é intocável. Até para o presidente da República, a Receita Federal é tão intocável que, se eu pedir a declaração do meu pior inimigo, a Receita precisa me denunciar”, disse.
Nesta quarta, o Sindicato Nacional da Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil (Sindireceita) afirmou que uma analista tributária da Receita Federal em Mauá, na região do ABC paulista, é investigada pela suspeita de ter acessado os dados do tucano. A assessoria da Receita Federal em Brasília não confirmou que a mulher apontada pelo Sindireceita é a servidora investigada. De acordo com a assessoria, o processo é sigiloso.
Multas e planos para 2014
Questionado sobre as multas que recebeu da Justiça Eleitoral por propaganda antecipada, Lula disse que cobrou o Congresso para definir melhor as regras da campanha e que tem procurado se portar "dentro dos limites" apontados por seus advogados.
O presidente disse ainda que pretende voltar a viajar pelo Brasil quando deixar o governo. Sobre a possibilidade de se candidatar novamente em 2014, primeiro respondeu que não tem planos. Depois, afirmou: “Em política, a gente nunca pode dizer não”. “Se tiver juízo e se tiver meus neurônios perfeitos, me contentarei em ser um bom ex-presidente da república sem dar palpite na vida de quem está governando”, acrescentou.
Presidente chora
Na entrevista, Lula chorou duas vezes. Primeiro, ao lembrar um empréstimo de R$ 200 milhões feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a uma cooperativa de catadores de papel. Em outro momento, se emocionou ao relembrar um encontro com moradores de rua.
“As pessoas passaram a perceber que o Brasil é delas”, explicou. Depois, afirmou que tem ficado emocionado com os resultados que observa no governo. “É como se você tivesse passado o tempo inteiro plantando, com um monte de gente olhando a sua roça e dizendo “não vai dar nada, ele não soube plantar, esse cara é um metalúrgico”. E de repente a planta brota, cresce e eu estou colhendo”, disse.
(Brasília em Tempo Real)
quinta-feira, 22 de julho de 2010
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