segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Vale: riscos à parte, ainda a preferida na Bolsa

RIO - China superaquecida, cotações próximas das máximas históricas e rumores sobre uma ingerência política no comando da companhia. Esses fatores deveriam ser suficientes para acender o sinal amarelo dos investidores da Vale. Mas nada parece amainar as expectativas do mercado sobre o potencial de ganhos da mineradora, uma das melhores aplicações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no ano passado, mostra reportagem de Bruno Vilas Bôas, publicada nesta segunda-feira pelo GLOBO. Para analistas, o boom do preço do minério de ferro - que caminha para um recorde de US$ 200 a tonelada - e a demanda chinesa aquecida, a despeito de medidas adotadas por Pequim para frear o crescimento no país, devem tornar os papéis um dos melhores investimentos nos próximos meses.

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Das dez carteiras recomendadas por corretoras a clientes consultadas pelo GLOBO, a Vale está presente em todas. Entre papéis preferenciais (PN, sem voto) e ordinários (ON, com voto), a mineradora aparece na carteira de janeiro de Ativa, Ágora, Banif, Planner, Socopa, XP Investimentos, Souza Barros, Spinelli, Link e Um Investimentos.

Segundo analistas, os riscos do papel se concentram nas medidas que podem ser tomadas pela China para desacelerar o crescimento do país. O Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) chinês cresceu 10,3% no ano passado, bem acima do esperado. O governo precisará reduzir o ritmo de crescimento para conter pressões inflacionárias. Isso pode preocupar porque a Vale exporta 35% de sua produção para a China.

- Mesmo que as medidas esfriem o crescimento do país, elas não serão suficientes para que as siderúrgicas chinesas deixem de depender das mineradoras australianas e da Vale para formar seus estoques de minério de ferro e carvão - diz Rodrigo Ferraz, chefe de análise da Brascan Corretora. - A demanda por aço na China deve crescer 5% este ano.

Nas últimas semanas, bancos estrangeiros traçaram cenários de céu de brigadeiro para o preço do minério de ferro este ano, que vive um rali no mercado internacional. Uma tonelada do produto custa hoje US$ 185 no mercado à vista da China, alta de 9,4% sobre 31 de dezembro passado. Esse rali é liderado por siderúrgicas chinesas, que estão formando estoque antes do feriado do Ano Novo Lunar, no mês que vem.

Em relatório na última sexta-feira, o banco Barclays, por exemplo, previu que o preço do minério deve subir "muito acima" dos US$ 200 a tonelada este ano, retomando patamar recorde de março de 2008, antes que a crise afetasse o setor. Já o Morgan Stanley elevou recentemente sua estimativa para o preço da >ita

O cenário de forte crescimento foi semelhante no ano passado, quando a Vale frequentou a carteira das corretoras em boa parte do ano. A mineradora exportou US$ 24 bilhões, aumento de 122% em relação ao ano anterior. O bom momento fez os papéis da companhia subirem 17,23% (PNAs) e 13,75% (ONs) em 2010. Na última sexta-feira, as ações preferenciais fecharam negociadas a R$ 52,56, próximas do recorde histórico de R$ 53,95 de maio de 2008. (InfomineBrasil

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