quarta-feira, 20 de maio de 2009

Caminhada e debate marcam o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual

Fotos: Deicharles Damascena






Como o objetivo de mobilizar a população para a causa do combate à violência praticada contra crianças e adolescente de Parauapebas, a prefeitura, através da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), juntamente com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), realizou uma grande caminhada e depois uma mesa redonda com debate, envolvendo autoridades, Ongs e pessoas que trabalham na causa.
Toda essa movimentação aconteceu no último dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A programação iniciou às 08h30, na Praça dos Metais, reunindo alunos de escolas, alunos do projeto Pipa, psicólogos, assistentes sociais e demais pessoas. A caminhada contou com apoio do DMTT e percorreu a rua E, até a Câmara Municipal, onde teve o debate com perguntas e respostas.
Para o debate, estiveram presentes várias autoridades, entidades e pessoas que trabalham na luta contra o abuso e exploração sexual infantil no município, como o coordenador de programas Fabiano Marinho, o secretário Altamiro Borba da Semas, coordenador do creas, Giuseppe Mapelli; vice-prefeito Afonso Andrade, promotor de justiça, Ramon Furtado; vereadores, Polícia Militar, Comdcap, Conselho Tutelar, Corpo de Bombeiros, Comitê do Plano Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual e Secretaria Municipal da Mulher.
Durante as palestras, foram feitas várias perguntas do auditório e respondidas pelos convidados da mesa. Entre os convidados, não compareceram representante da Polícia Civil e da Secretaria de Saúde.
De acordo com Giuseppe Mapelli, a ideia é fazer esse trabalho contínuo e não apenas no dia 18 de maio. Desde o início do mês, vêm sendo feitas palestras em escolas sobre o assunto, com objetivo da informação chegar a todos os alunos de Parauapebas. Depois, também será feito o mesmo nas comunidades do município e da zona rural.
Nas palestras, a população é informada sobre os programas e atividades no atendimento de crianças e adolescentes. São discutidos assuntos pertinentes à violência sexual contras adolescentes e crianças.
Altamiro Borba, secretário da Semas, sugeriu que todos têm que unir forças e entrar na luta contra os abusos às crianças. Informou ainda que o município terá um segundo Conselho Tutelar, ficando no total 10 conselheiros e melhorando os atendimentos desses casos.
O promotor de justiça Ramon Furtado declarou importante o debate realizado no dia 18, porque ajuda a população a ter mais confiança e a denunciar. Ele ainda informou que desde quando assumiu a promotoria, em fevereiro deste ano, já são 42 casos de denúncia de abuso e exploração sexual a crianças na Promotoria. E com campanha, palestras e debates, as pessoas vão se encorajando e denunciam para os órgãos competentes.
O promotor ainda pediu para quem sofrer abuso ou mesmo conhecer alguém que sofreu, que denuncie. “A Promotoria está de portas abertas para quem quiser denunciar”, finalizou Ramon Furtado.
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi criado pela Lei nº 9.970, de 17 de maio de 2000, em razão do crime que comoveu o Brasil, ocorrido na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, em 1973. Naquele ano, a menina Araceli Cabrera Crespo, de oito anos, foi espancada, violentada e assassinada. Até hoje, os culpados pelo crime não foram punidos.
Por ocasião da data, entidades e órgãos governamentais ligados à defesa dos direitos humanos celebram o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O objetivo da manifestação é mobilizar a sociedade em geral para o combate a essa forma de violência, além de estimular a denúncia contra a violação de todos os direitos dos jovens brasileiros.
As mais incidentes violências contra crianças e adolescentes são abuso sexual praticado por integrantes da própria família e exploração sexual para fins comerciais, como a prostituição, a pornografia e o tráfico.
Além de crime e cruel violação dos direitos humanos, essas expressões resultam em danos irreparáveis para o desenvolvimento físico, psíquico, social e moral das crianças e dos adolescentes suscetíveis a esse tipo de violência. Entre outras consequências, as vítimas estão sujeitas à dependência de drogas, à gravidez precoce e indesejada, a distúrbios comportamentais e doenças sexualmente transmissíveis.
Para mudar esta péssima realidade, o debate realizado no dia 18 de maio visa combater o silêncio e a indiferença da sociedade. (Deicharles Damascena)

Um comentário:

Anônimo disse...

Achei interessante esta matéria.